Abre a boca e fecha os olhos!
Luna: 59297
(Não confirmo e nem nego que tenha sido baseado em fatos reais…)
Não existia uma só parte do corpo de Lívia que não estivesse vibrando. Desde que entrou na sala do dentista, ela soube. Quando olhou pra cara daquele homem quarentão com pinta de surfista de fim de semana, os peitos ficaram eriçados.
Sim, ela deu bandeira.
E achou engraçado curtir aquele cara algo meio canastra em sua tentativa de parecer mais jovem. O pedaço de tatuagem de dragão que descia pelo braço esquerdo da camisa dava vontade de lamber. O bronzeado deixava sua careca brilhosa e sexy. Ele tinha a cabeça raspada. E, porra. Lívia achou tesão demais isso também.
“O que está acontecendo comigo, caralho?”
Química é mesmo um troço muito sério. “Vontade de dar ‘presse’ homem!”
Lívia o cumprimentou formal e se sentou na cadeira. Entre as pernas, a buceta formigava. Abriu a boca e, por dentro, teve vontade de rir. De repente, lá estava ela, num clichê de conto erótico. Meio sentada meio deitada na cadeira do dentista, com a boca aberta e os mamilos apontando pro teto.
Certeza que ele tinha percebido.
“Caralho, e se ele achar meus dentes uó e ficar meio que com nojinho de mim e não quiser me beijar?”
“Aff, que ideia maluca foi essa? Quem disse que ele vai querer me beijar?”
Lívia mal conseguia prestar atenção no que o dentista falava. Sentia sua calcinha molhada só porque ele roçou a mão de leve em seu ombro. Epa! Peraí! Ele roçou a mão de leve em seu ombro?
E agora?
Ficou confusa com a situação. O fato de estar com tesão pelo homem e, vá lá, sem conseguir controlar os peitos dando bandeira podia ser interpretado como um sinal verde pra ele tentar uma investida? Aquilo tinha sido mesmo uma investida? E, mais uma vez, sem perceber, pressionou uma perna na outra.
Merda!
Ele tocou seu queixo, também de leve, quase imperceptível. E Lívia ficou mais excitada e confusa ainda. Por outro lado, o tom de voz dele era profissional, lacônico, direto. “Não está tão ruim. Precisamos fazer uma limpeza de tártaro e você está com duas cáries. Que tal um clareamento?”
Lívia, aturdida, teve que balançar de leve a cabeça pra absorver o que o moço tinha dito. Ou queria era fazer charme com o cabelo? No final, achou que os roçares tinham sido mesmo impressão. Afinal, ele estava ali, corretamente, olhando pra ela e falando sobre orçamento. Sem indicação alguma de interesse.
Será?
E ela só queria morder o dragão tatuado no braço. Não conseguiu conter o riso ao se lembrar da música.
– Então, como você quer fazer?
“Quero começar tirando sua camisa e lambendo seu tórax. Depois, quero que você me agarre pela bunda e me pressione até você, pra que eu sinta sua ereção na minha buceta! Ao mesmo tempo, você vai me morder de leve o pescoço dizendo que sou deliciosa demais até com cárie. Vai desabotoar minha blusa, empurrar meu sutiã pro lado lamber meus mamilos, com a ponta da língua enquanto desliza sua mão pra dentro de minha calcinha, dedilhando meu grelo. É isso o que quero, só pra começar…”
Ao invés disso, respondeu:
– Prefiro dividir em 5 vezes. Tudo isso deve ficar meio caro, não?
-Como disse, seu plano cobre quase tudo, menos o clareamento. Como você gostaria de organizar sua agenda de tratamento?
Lívia se sentiu ridícula. Definitivamente, não estava prestando atenção em nada. Sentia sua excitação escorrendo pela coxa e se levantou rapidamente. Teve medo de molhar a cadeira. A calcinha já ensopada não ia segurar.
– E aí, o que você quer?
“Quero que você me coma!”
Ficou ainda uns dois minutos olhando pra ele, em silêncio, que olhava de volta, impassível. Não dava pra saber o que ele estava pensando. Se estava gostando. Se estava constrangido. Se estava interessado. Se tinha percebido.
– Posso pensar sobre o clareamento antes de responder? Te ligo amanhã…
– Claro, Lívia. Sem problema…
Resolveu se despedir e sair correndo dali, antes que se sentisse pior. Estendeu a mão e notou que ele apertou de volta, educado, sem, no entanto, se levantar da cadeira.
Inconscientemente, aprumou o corpo. Altiva. Peituda.
– Então, fico esperando seu telefonema, Lívia…
Impressão dela ou ele disse isso de um jeito diferente? “Aff, deixa de ser doida, Lívia!”
– Ok…
Saiu. Não havia ninguém na recepção. Pela hora, ela devia ser mesmo a última paciente do dia. Desceu as escadas. Ficou uns 5 minutos olhando pro celular antes de pedir um uber. Pensando.
“Ah, que se foda!”
Subiu as escadas de novo, entrou no consultório de supetão. Ele estava de pé, tranquilo, alisando o pau. Parecia que esperava por ela. Que sabia. Não houve necessidade de muitas palavras. Ele a puxou pra si, sorrindo e murmurando apenas:
-Tesuda. Deita ali que vou te fuder até você gozar pelas orelhas!
Definitivamente, os dois eram um chavão.
(Este conto foi publicado originalmente em meu blog erótico “Cu com Classe”)