Cuckold: essa coisa que botam na sua cabeça
Autora: Luna (CRS 59297)
Já começo pedindo desculpas pela piada infame. Mas, não resisti!
Acho que, no Brasil, ninguém canta melhor sobre as delícias de ser corno que o brega. Obviamente, não tô falando das sofrências, sempre tão julgadoras, condenatórias e desesperadas. To falando de Reginaldo Rossi dizendo:
Toda vez que o seu namorado sai
Você vai ver outro rapaz
Olha todo mundo está comentando
O seu cartaz tá aumentando
Sim, há julgamento e um quê de condenação. Mas também tem muito humor e deboche. E aquela aceitação que só ele e Falcão, outro rei do brega, conseguem definir bem:
É preciso muito equilíbrio emocional
um corno esclarecido
É sempre um corno legal
Não é que isso expresse realmente o conceito de “cuckold”, mas já é um bom começo. Afinal, lida com alegria e muito prazer ao pincelar sobre uma prática cada vez mais popularizada entre os frequentadores do meio liberal.
O termo “cuckold” vem do inglês e se trata de um fetiche de alguns homens em ter a parceira transando com outros homens. A palavra é uma adaptação de cuckoo (o bom e velho cuco do relógio) que – reza a lenda – aceita receber em seu ninho uma fêmea que vai botar ovos de outro cuco macho.
Se você, boy, curte sua parceira com outros homens e se ela também curte estar com outros parceiros, e se praticam, então vocês vivem um relacionamento “cuckold”.
Em artigo para o Ig (“Cuckold: o fetiche em que o homem tem prazer de ser corno”), Marcos Santos, especialista em sexualidade, explica que:
“No Brasil a figura do ‘corno’ ainda hoje é algo pejorativo e motivo de vergonha para os homens. Ser trocado, sentir-se traído, ser comparado a outros homens, sempre foram temores masculinos. Com o avanço das informações sobre sexo, relacionamentos e o acesso facilitado pela Internet, este fetiche saiu dos bastidores para ganhar fama justamente por despertar antigos medos, mas também possíveis desejos.”
Nesse mesmo artigo (link abaixo) há uma breve explicação sobre as “cuckquean”, mulheres que também têm o fetiche de verem seus parceiros com outras mulheres.
Já o blog Testosterona publicou explicação bem boazinha sobre o tema (“O que é cuckold”). E antes que me acusem de não ter “lugar de fala”, já boto abaixo um trechinho do artigo link ao final deste texto.
Como funciona?
Você deve estar se perguntando como isso funciona. Como todo fetiche existem milhares de formas e cada casal encontra a que achar melhor para o bem-estar dos dois. Algumas das maneiras de praticar o cuckold são:
- Sua parceira sai para encontrar um amante e, ao chegar, te conta os detalhes.
- A mulher volta para casa com um acompanhante, enquanto o parceiro fica no quarto ao lado escutando toda a ação.
- A mulher sai para encontrar o outro cara e grava o ato, para ser exibido para o parceiro ao chegar em casa.
- O bom e velho voyeurismo em que o parceiro fica só observando a relação sexual entre a parceira e o amante.
- O parceiro participa da transa, alternando momentos de atividade e de voyeurismo.
Gosto de pensar que, embora a prática seja nomeada do ponto de vista do corno, ou seja, do homem, só rola bem e gostoso quando a parceira, a mulher ou “hotwife” (em se tratando de relações hetero) está, não apenas de acordo, mas gostando. Na tríade usual que compõe esse rolê: “corno”, “hotwife” e “comedor”, todo o mundo tem que se divertir, né, não?!
Sem falar que a prática é parte dessa desconstrução da ideia de monogamia default nos relacionamentos heterossexuais fixos e longevos. Mas, sobre isso falamos melhor em outro artigo. 😉
No Kumplices Klub realizamos nossa “Cuckold Night” uma vez por mês, sempre às 6as feiras, com muita sacanagem, muita festa e muito, muito, prazer. A casa lota!!!!
Se vocês curtem, vêm que tem!
Mais sobre cuckold:
Dia do corno: conheça fetiche que homens imploram para serem traídos